O papel do Terapeuta
Holístico
Qual
é o papel do Terapeuta Holístico?
Por:
Gabriel Mallet Meissner (São Paulo. Março/2004).
Há muita confusão e desinformação em nosso país a respeito de qual é realmente
o papel de um terapeuta holístico. O que faz ele? O que não faz? Qual é a
extensão e qual é o limite da sua prática profissional? Como deve agir em
relação aos clientes que o procuram? Estas e outras perguntas busco aqui
responder, de acordo com meu próprio trabalho como terapeuta holístico. Este
artigo, portanto, reflete a maneira como faço minhas sessões de tratamento
energético e como oriento meus clientes. Para facilitar, dividi o artigo em
tópicos.
A relação entre a medicina tradicional e as terapias holísticas
Há uma
tendência a se acreditar que terapeutas holísticos pretendem substituir médicos
na prática da medicina. Não é este o caso.
O médico tem um campo de atuação, enquanto que o terapeuta holístico tem outro.
Um não exclui nem substitui o outro. Ao contrário, ambos se complementam.
Afirmam os terapeutas
holísticos que os seres humanos (o mesmo valendo para animais e plantas)
possuem não apenas um corpo físico, mas também um corpo energético, que o
circunda e o interpenetra. E que este corpo energético é o que origina o
próprio corpo físico (afinal, como hoje os físicos sabem, matéria é energia
condensada).
Afirmam
também que, se temos uma doença no soma, temos um desequilíbrio ou bloqueio
correspondente no corpo energético (também chamado de etérico). Que toda doença
se manifesta em ambos os corpos.
E que, portanto, devemos tratar ambos.
Ora, o papel
do médico é tratar do corpo físico e suas doenças. O do terapeuta holístico
(também chamado de terapeuta energético), tratar do corpo energético e seus
desequilíbrio e bloqueios.
Portanto, ambos os profissionais são agentes da saúde, mas de âmbitos
diferentes dela: o primeiro, da saúde física. O segundo, da saúde energética.
Tratar
somente o corpo físico com um médico é um tratamento incompleto. Da mesma
forma, é incompleto tratar somente o corpo energético com um terapeuta
holístico e deixar de tratar do corpo físico com um médicocompetente.
É por isso
que ao falarmos em terapias holísticas, não devemos designá-las de terapias
alternativas. Este termo é enganoso, pois causa a impressão de que são
substitutas dos tratamentos médicos, de que são "alternativas" a
eles. Porém, pelos motivos já expostos, esta é uma concepção errônea das
terapias holísticas e o termo "alternativo" deve ser evitado. Um
termo mais correto e que tem sido aos poucos adotados por diversos terapeutas
holísticos é denominar seus métodos de terapias complementares. Ou seja,
tratamentos que, realizados como complementos dos tratamentos médicos, auxiliam
e aceleram o processo de cura promovido pelos mesmos.
Também pelos
motivos acima expostos, há um consenso entre terapeutas
holísticos sérios de nunca recomendar a um cliente que, em caso de doença,
abandone o tratamento médico tradicional. A recomendação de um terapeuta
holístico neste caso deve ser a de que procure um médico de sua confiança, bem
como faça, paralelamente, o tratamento energético.
Terapeutas
holísticos só devem ser procurados isoladamente, isto é, sem se procurar também
um médico, quando o motivo da procura não é uma doença física, mas algum outro
motivo que seja da competência do terapeuta.
Pelos
motivos expostos, o terapeuta holístico deve tomar cuidado para que seus
clientes não o tomem por um médico. E sempre que alguém o fizer, deve
orientá-los a não o tratar como se fosse um.
Assim, um terapeuta holístico não usa termos como "doutor" para
designar a si
próprio, não chama aqueles que os procuram de "pacientes", mas de
"clientes" ou outro termo mais adequado, nem costuma usar, em suas
sessões, jaleco, roupas totalmente brancas ou realizar qualquer outro procedimento
de caráter médico.
NOTA: Na
realidade, nada impede que um terapeuta holístico vista-se totalmente de
branco, uma vez que qualquer pessoa é livre para fazê-lo, além de ser o branco
uma cor propícia para trabalhos de harmonização energética (o equivalente à
cura no corpo físico).
Porém, o terapeuta holístico evita fazê-lo para não ser confundido com um
médico. Mas costuma preferir, para as suas sessões, usar roupas claras.
Para
finalizar este tópico, é bom salientar que o corpo energético não apenas se
encontra em íntima relação apenas com o corpo físico, mas também com a psique
de cada um de nós. E que as terapias holísticas contribuem não apenas para a
saúde física, mas também para a psíquica. Portanto, são métodos complementares
não apenas para aqueles que se tratam com um médico, mas também para aqueles
que se tratam com um psicólogo ou psiquiatra. Afinal, é objetivo das terapias
holísticas favorecer a harmonia do ser humano como um todo, não apenas de parte
dele. Mas novamente é bom enfatizar que terapeutas holísticos também não são
substitutos de psicólogos ou psiquiatras, nem estão habilitados a praticar
qualquer procedimento terapeutico que pertença à prática destes profissionais.
Com o que
vimos, percebe-se claramente que não há motivo para animosidade
entre terapeutas holísticos e médicos ou entre terapeutas holísticos e
psicólogos ou psiquiatras. Ao contrário, todos podem se complementar e
trabalhar em conjunto.
Felizmente, a tendência atual é a de que terapeutas holísticos passem a ser
cada vez mais aceitos por profissionais da medicina e da psicologia. Há já
alguns médicos que estudam e praticam terapias holísticas como complemento aos
tratamentos médicos e um número considerável de terapeutas florais são
psicólogos (terapia floral e psicologia casam-se maravilhosamente bem!). E já
há também, inclusive aqui no Brasil, hospitais que contam com atendimento de
Reiki em suas dependências (exemplo: Hospital Sírio-Libanês).
Sobre
diagnósticos médicos e diagnósticos energéticos
Terapeuta
holístico não faz diagnóstico médico. Mas pode utilizar-se dele para escolher o
tratamento para o desequilíbrio energético correspondente à doença física do
cliente.
Exemplo: se
um médico diagnosticou que uma determinada pessoa sofre de cálculo renal, o
terapeuta holístico escolherá um tratamento energético específico para o
desequilíbrio energético correspondente a esta doença. Se for reikiano,
aplicará Reiki impondo suas mãos sobre os rins ou outra área do corpo que se
apresente à sua sensibilidade relacionada ao desequilíbrio; se cromoterapeuta,
aplicará com uma lanterna cromoterápica a cor laranja no
abdômen, um pouco acima do umbigo; se gemoterapeuta, utilizará pedras como o
enxofre e a malaquita. Estes são
apenas alguns exemplos de tratamentos possíveis. Há muitos outros a fim de se
tratar do desequilíbrio energético correspondente ao cálculo renal.
Embora o
terapeuta holístico não faça diagnóstico médico, pode realizar um diagnóstico
energético. Nem sempre a relação entre a doença física e o desequilíbrio
energético correspondente é óbvia ou direta. Por isso, para identificar
desequilíbrios energéticos, muitos terapeutas holísticos adotam métodos
próprios de diagnose energética. Os métodos
variam de terapeuta para terapeuta e de caso para caso.
Alguns exemplos: "escanear" o corpo energético do cliente com as
mãos, buscando identificar desequilíbrios e bloqueios (geralmente, relacionados
aos chakras), fotos Kirlian e radiestesia, para ficarmos nos métodos mais
freqüentes.
Novamente
saliento que o diagnóstico energético complementa-se ao diagnóstico médico, mas
em hipótese alguma o substitui.
Relação entre terapias holísticas e religião
Terapias
holísticas não são formas de religião, nem são ligadas a religião alguma.
Também não exigem o uso da fé para funcionarem, quer por parte do cliente, quer
por parte do terapeuta. Não é preciso acreditar em nada. A experiência mostra
que as terapias holísticas funcionam mesmo em clientes totalmente céticos. Porém, um
terapeuta holístico pode, se o desejar, usar de imagens sagradas, orações e
métodos correlatos para auxiliar no tratamento energético. As diversas formas
de terapias holísticas não dependem delas para funcionarem, mas podem se valer
delas como auxiliares. É comum em espaços de atendimento holístico haver nas
paredes imagens de Mestres e símbolos que se pense auxiliarem na harmonização
energética.
A
importância destes métodos na terapia varia de terapeuta para terapeuta. Há
desde terapeutas que lhes dão importância fundamental até os que não lhe não importância
alguma. Número considerável de terapeutas holísticos encontra-se no meio termo.
Como as
terapias holísticas não são ligadas a nenhuma religião, quando métodos
religiosos/espirituais são utilizados como auxiliares, estes costumam ser o
mais ecumênicos possíveis. Até mesmo em respeito ao cliente que pode ser de uma
religião diferente à do terapeuta, ou não ter religião alguma (assim como o
terapeuta pode também não ter).
Exemplo: se
for realizada uma oração a Deus, dificilmente será recitado o Pai Nosso, que é
uma oração estritamente cristã, enquanto que seria mais provável que fosse
recitado algo como A Grande Invocação, oração a Deus de caráter ecumênico,
escrita pela teósofa Annie Besant.
Terapeutas
holísticos também não têm como procedimento padrão utilizar-se da prática da
mediunidade. Porém, se o terapeuta for médium, pode acontecer de se valer dela,
recebendo orientação do plano espiritual concernente ao tratamento do corpo
energético. Ainda assim, a prática da incorporação não é praticada, dando-se
preferência à comunicação telepática com o Astral, à
clariaudiência, à clarividência etc. Exceções são os casos de alguns centros
espíritas que mesclam os procedimentos tipicamente espíritas com os
procedimentos das terapias holísticas.
Terapias holísticas, desenvolvimento pessoal e espiritualidade
É papel do
terapeuta holístico conscientizar o cliente de que todos os seus desequilíbrios
energéticos são da sua própria responsabilidade e são resultados dos seus
próprios atos e postura na vida, que causam uma desarmonia entre a sua
Personalidade e o seu Espírito (conforme nos diz o Dr.Edward Bach, criador da
terapia floral, em seu livro "Cura-te a ti mesmo").
Deve
conscientizá-lo a assumir essa responsabilidade a fim de transformar sua vida,
de desenvolver-se integralmente (isto é, física, psicológica e
espiritualmente), de tornar-se um ser humano pleno e realizado. Pois saúde, no
seu sentido holístico, é ser um ser humano desenvolvido e em harmonia com seu
eu profundo e com o cosmo.
Assim, o
terapeuta holístico busca incentivar o cliente buscar valores evolutivos sob os
quais viver e a praticar a introspecção, a fim de conhecer a si mesmo
("conhece-te a ti mesmo" pode ser considerado, neste sentido, a
grande máxima da cura no sentido holístico).
Porém, o
terapeuta holístico não é um conselheiro nem um psicólogo.
Não analisa a vida psicológica do cliente, nem fornece conselhos taxativos
sobre como ele deve viver a sua vida, pois tem ciência de que ninguém pode
saber o que é melhor para o outro. Pode, sim, dar sua opinião sobre alguma
questão que seja levantada durante as sessões (muitas terapias holísticas têm a
propriedade de trazer para o consciente material psíquico oriundo do
inconsciente). No
entanto, a sua opinião deve ser dada menos como uma orientação de como viver a
sua vida e mais como uma seta indicando o que o cliente deve buscar.
Terapeutas
holísticos costumam ter a consciência de que cada um é responsável pela sua
saúde e que a sua cura está sempre dentro de si mesmo. Assim, o terapeuta holístico
(energético) não vê a si mesmo como um curador. Vê-se como um facilitador da
cura, auxiliando o cliente a curar-se a si mesmo. Sabem que toda cura é, na
realidade, uma auto-cura.
O terapeuta
holístico sabe também que a melhor energia para harmonizar o corpo energético
de uma pessoa é a do amor incondicional. Portanto, é papel do terapeuta
holístico trabalhar, dia a dia, pelo seu próprio desenvolvimento espiritual, a
fim de ser capaz de tal sentimento e realmente se importar pela
recuperação de seus clientes, mesmo que sejam completos desconhecidos, à
maneira dos antigos Terapeutas de Alexandria. O modo como irá se desenvolver
espiritualmente é, entretanto, assunto de cada terapeuta.
Terapias holísticas e o cuidado com o corpo físico e a saúde mental
O fato de
uma pessoa submeter-se a um tratamento energético não deve deixá-lo preguiçoso
no que diz respeito aos cuidados com seu corpo físico. E é papel do terapeuta
holístico conscientizar seus clientes disto. Deve incentivá-los a alimentar-se
corretamente e praticar exercícios físicos regulares. Pode também ensiná-los
técnicas simples de respiração profunda e relaxamento, a serem praticados
quotidianamente, em casa. Mas seus
conselhos não devem sair do âmbito do puro bom-senso. Quer dizer, não deve entrar
em pormenores que apenas um médico, nutricionista, fisioterapeuta ou outro
profissional da saúde pode entrar.
O terapeuta
holístico também deve orientar o seu cliente a praticar a higiene mental,
ensinando práticas simples de meditação, afirmações, concentração,
visualização, oração (no caso do cliente ser religioso) etc. Deve ensinar como
substituir emoções e pensamentos negativos por emoções e pensamentos positivos.
Terapias holísticas e estudo sério e aprofundado
Muitas das
terapias holísticas são relativamente fáceis e rápidas de serem aprendidas.
Porém, o terapeuta holístico não deve se iludir de que isto o livre de um
estudo sério e aprofundado. Um terapeuta holístico competente tem consciência
de que quanto mais conhecimento tiver sobre a(s) terapia(s) que utiliza,
melhores serão as suas sessões de harmonização energética. Portanto, investe
seu tempo e seu dinheiro em boa bibliografia, cursos de reciclagem, empenha-se
em trocar conhecimentos e experiências com outros terapeutas,
está atento para novas técnicas que surgem e novas pesquisas científicas a
respeito das terapias holísticas. Enfim, como todo profissional de qualquer
outra área de atuação, está em constante atualização e aperfeiçoamento.
O terapeuta
holístico deve estudar não apenas a(s) terapia(s) de sua especialidade, mas
também ter um conhecimento mínimo sobre o funcionamento do corpo humano e suas
patologias, bem como um conhecimento mínimo de psicologia e do ser humano. Deve
também ter uma boa cultura geral. Tudo isto o auxilia a ser um profissional
competente, a ganhar respeito e confiança de seus clientes e a ser capaz de
defender sua prática profissional do ataque de céticos ou pessoas agindo de
má-fé. Todo
amadorismo nas terapias holísticas deve ser combatido pelos próprios terapeutas
holísticos. E a melhor forma de combatê-lo é investir do seu próprio
conhecimento e compartilhá-lo com outros terapeutas.
A principal função do terapeuta holístico
Para
finalizar este artigo, é preciso dizer a principal atribuição do terapeuta holístico,
a mais importante entre todas as outras: acima de qualquer outra coisa, é papel
do terapeuta holístico aplicar tudo o que foi dito acima na sua própria vida.
Pois o terapeuta holístico está ciente de que apenas pode compreender o
processo de harmonização aquele que já passou por ele. Consequentemente, que
apenas quem curou a si mesmo pode servir de facilitador da cura dos seus
semelhantes.