Para
Enfrentar a Rotina
Pirineus de Souza
"Quando a Depressão Ataca"
O seu
próprio trabalho poderá ser a sua terapia ocupacional. Mas, como conciliar
cansaço, falta de interesse, lentidão, falta de concentração naquilo que antes
fazia com tanto prazer? Atente que para adequar-se a essa situação, precisará
da ajuda dos terapeutas, talvez neurologistas e outros. Nessa montanha russa, onde
cada caso é um caso, por vezes precisará de remédios que o estimulem.
Por
outras, daqueles que o tranquilizem. Existem "n" estados emocionais.
O importante é que com a ajuda deles, você se mantenha ativo, não deixando o
desânimo tomar conta. A força de vontade tem que ser total para não cair em
deslizes.
Procure
preservar a sua produtividade normal e acima de tudo, controlar-se para que o
seu humor não fique entre altos e baixos - o que poderá provocar instabilidade
nos seus relacionamentos interpessoais. Durante esse período, observe seus
procedimentos e comunique-os ao seu médico, caso verifique alguma mudança.
Insisto
na manutenção das atividades habituais, porque fora delas você se sentirá ainda
mais inseguro. Quem sabe já está na hora de merecidas férias, um tratamento
anti-estresse, ou mesmo a mudança de emprego e procurar novos horizontes em sua
vida? O importante é que em meio a todas essas propostas, você encontre a
melhor para si. O que adiantará manter-se em uma rotina que não lhe dê prazer?
Procure
se reencontrar, lutar por uma nova realidade. Sua empresa está indo muito bem,
seu patrão está em paz com a vida, os seus colegas estão contentes, mas você
como está? Faço a colocação do seu trabalho e a sua manutenção, porque talvez não seja ele o motivo da sua
depressão. Motivos outros é que a provocaram, mas diversas situações têm que
ser apresentadas para que você se situe. Seja
qual for o causador do seu mal-estar, é como fogo, se não cortar a fonte
ele não se apaga. Assim é a depressão, se você não se readaptar à nova condição,
à situação em que se encontra, ela não desaparecerá, você tem que se
reprogramar. Aos trancos e barrancos, você poderá se manter em uma atividade.
Mas, vale a pena se acabar, talvez para manter um status social?
Se o
emprego atual é sua fonte de renda, como conviver sem ele? Não sendo possível
adequar-se a ele, procure mudar, até mesmo de ramo se for o caso, senão a
tendência do seu caso é só de agravar-se. Para mantê-lo, você se sufoca, fora
dele poderá desestabilizar seus laços familiares. Poderá encontrar válvulas de
escape no tabagismo, no álcool, nos bares da vida, enfim os canais de fugas
estarão sempre abertos a sua frente, como estão para todos os mortais. Por
acaso você é diferente?
Daí, a
necessidade da procura de soluções. A causa tem que ser encontrada, curada,
cortada pela raiz. Paliativos não adiantarão. Tem que ser o cara a cara com a
realidade. Necessariamente, nem sempre o seu trabalho é a fonte do problema.
Ele apenas sofre as consequências de outros fatores. Mas fora de uma atividade
habitual, você poderá enfrentar uma realidade ainda pior. Sentir-se inútil,
solitário, sentir autopiedade, insegurança, etc.
Se você
está doente, as leis o protegem para que procure os meios para se tratar
adequadamente. Se valha dos seus direitos. Afinal, você está se conscientizando
do seu amor próprio, para ter uma qualidade de vida melhor para si e para
aqueles que dependem de você. Fingir que está tudo bem, quando na realidade não
está, é tudo meio de protelações e os efeitos poderão ser piores se não
tratados a contento. Não é uma questão de ótica, mas sim do previsível.
Por um
motivo qualquer você sofreu uma internação e terá que ausentar-se do serviço.
De alguma forma outras pessoas se inteirarão onde e porque aconteceu. E agora,
o que fazer? É enfrentar o óbvio, ainda que nem todos entendam. O importante é
você saber que não se trata de um luxo e sim de uma necessidade e que terá de
enfrentá-la. Digam, pense o que quiserem, a meta é chegar lá. Enfoque um
trabalho do cotidiano normal, mas as colocações se estendem aos mais diversos
tipos de atividades, as domésticas, as de profissionais autônomos, qualquer
uma. Você não tem como esconder que o seu mundo está triste. Caso perguntem aja
de acordo com o que lhe seja conveniente. Se o seu interlocutor merecer mais
atenção, mais detalhamento, aprofunde a conversa até o ponto que achar necessário.
Quem sabe dela poderá surgir alguma ajuda? Para que "sujar" uma ficha
de bons trabalhos prestados? Não mentir é o certo, mas você poderá omitir
quando necessário. Quem vive a sua tristeza é você. E só a você cabe
administrá-la, mas não minta compulsivamente, o que já passa a ser um distúrbio
da imaginação.
Talvez
nem o seu chefe imediato seja a pessoa mais indicada para saber e entender o
seu estado. Pode faltar-lhe sensibilidade e seja como talvez você tenha sido,
um casca grossa. Minimize suas frustrações, procure um meio termo, para se
possível, manter-se em suas funções, ainda que a sua produtividade não seja
mais aquela. Ir em frente é preciso... Houve
a necessidade de afastar-se do seu trabalho e a ociosidade em nada o ajudará.
Então, insista em fazer algo que lhe dê prazer. Será muito banal de sua parte,
que sempre lutou, se entregar à ociosidade, tudo porque a tristeza o está perseguindo. Não lhe dê essa vantagem. Muitas
coisas cabem dentro de uma mente desocupada, principalmente, aquelas que não
prestam. Afaste os pensamentos negativos. O especialista no assunto Dr. Jeffrey
Lynn Speller fala: "em geral esse mal atinge os mais ambiciosos, criativos
e escrupulosos". Veja em qual situação se enquadra e tente conciliar os
impulsos para não cair nessa. Vencer não é por acaso. Busque a vitória, mas
dentro das suas possibilidades.
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