Todos parecem Felizes
Pirineus de Sousa
Do Livro “Quando a Depressão Ataca”
Todos parecem felizes, menos, eu. O que estará acontecendo? Estarei louco? Na verdade, meus neurotransmissores estão mal conectados e o estar feliz não é minha condição psíquica.
O meu sorriso morre no nascedouro, amarelado, quando tento dá-lo. É uma angustia cruciante e percebê-lo nos outros é inadmissível. Chego a me sentir pertencente a uma raça especial de seres, onde o interior é todo tristeza. O meu momento atual é péssimo. Quando admitiria ter "inveja" de outras pessoas que normalmente levam o seu dia a dia? Pois o momento chegou. O que fazer? Conscientizar-me de que já fui assim e poderei voltar a sê-lo. Que necessariamente, terei de recorrer a todos as autos: estima, controle, determinação, análise... Meu interior tem que voltar a vibrar como antes, diante de pequenas e grandes realizações e isto só conseguirei amando-me antes de tudo, pois só receberei o que puder dar. Não posso ficar como um espelho opaco, cego, que só recebe e não retransmite.
Admita que você não fez por merecer tal tristeza, ela chegou sem pedir licença e se instalou no seu interior. Cabe a você captar a alegria que os outros transmitem, admitir que os outros mereçam ser felizes e principalmente, você. Não se acanhe em achar graça nas pequenas coisas, fatos, situações.
Volte a se encontrar com o lado cômico da vida. Não espere a hilaridade bater à sua porta, procure-a. Lembre-se o sorriso poderá iluminar seu ar tão sofrido e você estará transmitindo uma sensação agradável para seus semelhantes, aos animais...
Falar é fácil, mas se você não tentar, se não der os primeiros passos rumo à alegria, ficará a ver navios, pois a vida não vai parar só porque você está a sua margem. Embarque no bonde onde os demais estão. Constituem-se a maioria é porque deve ser o mais certo.
Outras pessoas também têm problemas, não igual ao seu, que é "maior". Mas, mesmo assim, parecem felizes e muitas vezes, assim como você, só parecem. Os seus "eus" podem também estar sofrendo.
Para não fingir ser feliz, só resta sentir-se verdadeiramente cheio de felicidade. E depressivo, não conseguirá. O que fazer?
Colaborar com a sua cura, do contrário, estará perdendo grandes momentos da sua existência. Ao sentir-se vibrando verdadeiramente, a sua cura terá chegado e “Se o seu aniversário brilhar com as luzes da alegria e felicidade... Isso será só um reflexo de você”.
E as crianças, os adolescentes? Esses merecem atenção especial. Observe se eles estão tristonhos, os médicos não encontram doenças que só são aparentes. Vivem como se estivessem a assistir a um filme. Eles também poderão achar que só os outros são felizes, menos eles. Cabe aos responsáveis procurar a ajuda especializada, pois nessa fase da vida, em que a personalidade está sendo formada, as seqüelas poderão ser mais duradouras que em um adulto.
Como já dissemos, a depressão não escolhe idade e pessoas jovens não têm o poder de auto-avaliação como o adulto. Se não tratada corretamente, teremos um adulto introspectivo, complexado, um ser amargo, com a probabilidade de uma vida insípida e vazia. Ao pressentir a apatia em um jovem, conscientize-se da sua responsabilidade e procure os meios para torná-lo participativo, a fim de torná-lo uma pessoa feliz
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