Procurando a
Cura
Pirineus de Souza
"Quando a Depressão ataca"
A procura da cura, das saídas, a luz no fim do
túnel, exigem uma longa caminhada e certamente nunca fácil.
Em primeiro
lugar, o depressivo tem que se conscientizar do amor por si mesmo. Em segundo,
sair da mesmice que qualquer especialista médico é o indicado para o seu caso.
No máximo poderão encaminhá-lo para os psicoterapeutas capazes de mostrar o que
fazer.
Pessoas do
relacionamento do depressivo hão de notar que o ambiente ao seu redor está
comprometido. E se não puderem, pessoalmente, tomar alguma atitude, que peçam
ajuda. O importante é deter a bola de neve que está se formando. O paciente tem
que acreditar ser ele um tesouro no universo. Sentir-se amado; amparado.
Atentar que as oportunidades existem para todos e vale o lembrete: se a vida lhe
deu um limão, faça dele um limonada. É necessário dar sentido para sua
existência. É preciso, caso a pessoa não seja capaz, mostrar-lhe esse caminho.
É necessário compreender que não devemos somar nossos problemas, fazendo de
todos um só pacote e sim resolvê-los, um de cada vez. Ao nos defrontarmos com
um deles, nos coloquemos a sua altura, em pé de igualdade.
Por maior que
ele seja, devemos imaginar estarmos subindo uma escada, degrau por degrau e
olhando-o de cima, ele irá ir ficando pequeno, até ficar do tamanho devido. Ao
problema que aparecer em meio a outros e que você não tenha a solução de imediato,
hoje ou daqui a um mês, eu pergunto, vale a pena se desesperar? Vale a pena não
dormir? Ficar irritado?
Nessas
ocasiões, o autocontrole é de muita valia, no sentido de organizar cada
compartimento da sua mente e estar contribuindo para a volta do seu perfeito
equilíbrio.
Seguir a
orientação dos psicoterapeutas é primordial e sua colaboração mais ainda,
inclusive observando as suas reações durante o tratamento. Isso poderá
acarretar mudanças na medicação, nos métodos terapêuticos, o acréscimo ou diminuição
de remédios e sessões. Devo lembrar que o doutor é o médico, ele estudou para
isso e a você só resta colaborar. Não devemos pular de galho em galho, trocando
de especialistas.
Pode não ser
bom, pois eles abordarão um caso já em andamento e terão que pesquisá-lo desde
o início. Mas nada o impede de analisar os resultados que esteja alcançando. Se
notar que outros profissionais sejam mais indicados, mude. Afinal, você se ama
e sabe o que é melhor para si próprio.
Não dê
ouvidos a quem o criticar pelo uso de remédios. Eles existem para proporcionar
bem-estar e não serão os "outros" a impedi-lo de fazer uso deles. Na
hora certa seu médico poderá ministrar-lhe apenas doses de manutenção, ou mesmo
se poderá deixar de tomá-los, marcar consultas de rotina.
A essa
altura, você já terá entendido o quanto valeu a pena passar por cima dos
preconceitos e ter uma qualidade de vida melhor.
Em suma, a
doença é sua e cabe a você assumi-la. É uma bandeira que outra pessoa não
poderá carregar. No máximo, ela poderá compartilhar com você dessa sua viagem.
Como o
terapeuta é peça chave nos distúrbios de comportamento, o leigo pode ser levado
a pensar que ele só cuida das "neuras" da vida. E que seu quadro de
tristeza, independente da fase de duração e intensidade, não seja da competência
desse especialista. As metodologias de tratamento podem até se confundir, mas
no seu caso, o motivo é a desorganização dos neurotransmissores cerebrais e se
não tratados convenientemente, seqüelas poderão dar origem a outros distúrbios
de probabilidades catastróficas - iguais ou maiores que uma depressão.
A reordenação
dos seus neurônios exigem a assistência médica e terapêutica especializadas.
Você poderá estranhar a aparente frieza desses profissionais, aptos a cuidarem
de você, sem envolvimentos emocionais. Seja qual for o caminho escolhido para
se ajudar, fique atento para embarcar na primeira oportunidade para o caminho da
vida normal.