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domingo, junho 26, 2011


A VIDA É MAIOR QUE A CIÊNCIA

Ana Vargas - RS

Em um trabalho de atendimento magnético cada paciente é uma lição. Aliás, cada ser humano é uma lição, uma experiência viva, uma história tocante. Precisamos parar de ouvir o problema para aprender a ouvir a pessoa. Embora, isto, na maioria das vezes, mexa muito com as nossas crenças e verdades adquiridas, transforme em nada uma teoria aprendida e nunca vivida. Exige que sejamos “essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, como canta Raul Seixas. É preciso abrir a mente e acatar as mudanças e as desordens que o aprendizado faça. É um pouco dessa experiência que quero compartilhar com os amigos do Vórtice, por isso, relato o caso abaixo para reflexão de todos.
Uma jovem mulher, na casa dos 30 anos, esperando o primeiro e muito desejado filho, situação econômica e familiar equilibrada, assistida por um marido amoroso que igualmente sonhava com o nascimento do filho. Porém, junto com a feliz notícia da gravidez chegou a da diabetes materna, aquela que ocorre na gestação. Aos quatro meses, este casal recebeu o diagnóstico que o seu tão sonhado bebê, ao que indicavam os melhores exames médicos, era portador de anencefalia e de uma grave síndrome cardíaca. Passaram um mês percorrendo consultórios médicos, fazendo exames e chorando, vivendo uma dúvida crucial: fazer ou não a interrupção da gestação, conforme indicavam os exames?
Foi neste estado que, em uma tarde de sábado, eles foram levados à Sociedade Vida, na qual trabalho em Pelotas, por uma companheira da instituição. Eu não os conhecia, nem a sua história. Teoricamente, em uma situação como a relatada acima, eu me inclinava a acatar pura e simplesmente o parecer científico. Nunca havia sequer chegado perto de uma mulher grávida vivendo esta situação, meu conhecimento se resumia à leitura e a assistir alguns programas de televisão nos quais mais falam os especialistas do que os interessados diretos. Quando, iniciados os trabalhos, entregaram-me a ficha daquela mulher com o motivo da visita resumido, eu perguntei: Jesus, por que para mim? Mas encarei, decidida a ouvir e a apenas explicar os procedimentos do tratamento de passes que ela buscava. A verdade é que eu não sabia o que dizer para confortá-la e apesar de todo conhecimento espírita faltavam-me palavras.
Mas é Deus quem dispõe, e sabe do que cada um precisa. Chamei à gestante, sentamos, notei que ela estava abatida, fazendo enorme esforço para falar equilibradamente do problema, na verdade não querendo; não insisti, eu também não queria. Fiz o que tinha me proposto, expliquei-lhe bem rápido e fácil o atendimento a ser feito. Tudo muito bem, até colocar minhas mãos sobre ela; bastou isto para eu ver uma menina de trancinhas, feições delicadas, uma linda negrinha, me olhando e dizendo o seguinte: “diz pra ela que eu vou viver”. Aquele ser em forma infantil me passou tanto sentimento, tanto desejo de viver aquela reencarnação que se preparava e já surgia ameaçada, tumultuada, que eu chorei. O espírito não chorava, estava serena e firme, lutando por seu direito e necessidade de voltar a esse mundo. A emoção era minha mesmo. Não consegui nem pensar, apenas obedecer ao pedido. Parei o que estava fazendo, abaixei-me, tinha ficado de pé para aplicar-lhe o passe, e disse-lhe o que estava acontecendo. Não sabia se ela já tinha alguma experiência com mediunidade, com espiritualidade ou em que acreditava, não sabia nada, mas falei. Ela me abraçou chorando muito. Depois, respirei fundo, entendi que a espiritualidade iria interferir na situação, concentrei-me e perguntei o que fazer.
Recebi orientações de dois mentores da instituição para o atendimento, por passes, do feto e da gestante até o final da gravidez. O feto deveria ser tratado com concentrados ativantes aplicados em todo ventre. E a gestante com concentrados no esplênico e sobre o pâncreas, perpendiculares para finalizar. Atendimentos duas vezes por semana. Indaguei se não era pouco, dado a gravidade do caso, e pacientemente deram-me a seguinte resposta: “Não esqueça que o feto está em ambiente líquido”. Dei-me conta das óbvias implicações magnéticas contidas na resposta e calei. Afinal eu não sabia mesmo o que fazer. No atendimento seguinte ela estava melhor, mais confiante, bonita, mais alegre, disse que tinha pensado muito no que havia acontecido, por isso estava calma e o seu sentimento de mãe lhe dizia para fazer o tratamento magnético e aguardar. As notícias médicas se alternaram ao longo dos meses, ora esperançosos, ora não, inclinando-se bem mais ao negativismo.
Em 23 de março, nasceu à pequena. Aqueles que estiveram no 4º EMME, em Pelotas, puderam vê-la, pessoalmente, por nada seu atendimento seria interrompido. Dados os riscos, o parto foi cirúrgico e feito no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre. De novo, mil notícias se alternaram. E todas chegavam até mim. A primeira foi que a menina não viveria além de horas, tinha muitos, muitos problemas, nem ao menos a cirurgia cardíaca no nascimento os médicos iriam tentar, e não tentaram. Mas, na UTI neonatal, a menina respirava sem aparelhos, dormia, se alimentava, e se movimentava muito bem, apresentando um quadro estabilizado em que pese à gravidade e o inusitado da situação. Ela tem problema de má formação cardíaca, mas a sábia mãe natureza auxiliada pela enorme vontade de viver deste Espírito deu-lhe um caminho alternativo para as funções cardíacas prejudicadas, somente detectadas há alguns dias, em exame de ressonância magnética, e ela vive bem. A cirurgia não tem data, será feita no futuro. A cabecinha é pequena, menor que o “normal”, mas ela responde saudavelmente aos estímulos neurológicos, até o momento enquadrando-se na condição de normalidade e tem crescido mais do que o padrão.
A história é longa e o espaço é curto, resumo: estão todos bem, enfrentando luta do dia, com ânimo e esperança. E a pequena guerreira assume com unhas e dentes seu enorme desejo de viver.
Quando já reencarnada, peguei-a nos braços para dar continuidade ao seu tratamento, de novo não soube o que fazer. E a bendita mediunidade me salvou: vi um dos Espíritos que haviam orientado o atendimento na gestação, e sorrindo, apresentou-se como Regina, e disse-me assim: A vida é maior que a ciência, vai e faz o teu trabalho. Fazer o meu trabalho significava aplicar-lhe passes magnéticos concentrados longitudinais e perpendiculares, fazendo rápidas imposições duplas em torno da cabeça. O resultado é uma menininha linda, cujo grave problema cardíaco encontrou, ainda na gestação, um caminho alternativo que possibilitasse a vida em boas condições. Ela nem ao menos fica roxinha e a cabecinha cresceu no primeiro mês 3cm, o que levou a equipe médica que acompanha o caso ao prognóstico de que, continuando assim, ela chegue ao final do primeiro ano com a cabecinha em um tamanho normal ou senão com uma diferença de apenas 5cm no diâmetro, em relação ao padrão.
Falar sobre esta experiência exigiria um espaço muito maior. Ela foi para mim rica em muitos aspectos e desperta inúmeras reflexões que ultrapassam o interesse no tratamento magnético, na questão da mediunidade, da reencarnação, da nossa tão falada vontade, do amor desse espírito por aqueles que a receberam como filha que rompeu as barreiras materiais, culturais e religiosas para vir lhes dar força e esperança numa hora suprema de agonia; no fato de que não só os que deixam a vida física se comunicam com os médiuns, fazendo girar em torno de nós toda uma ligação com a morte no imaginário popular, mas aqueles que retornam à vida física também podem fazê-lo, sabemos que qualquer espírito pode. Enfim, pode-se pensar e aprender muito.
Para encerrar, eu, imitando Raul Seixas, digo agora o oposto do que dizia antes, aprendi que a vida é maior que a ciência.Δ

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