Técnicas de Psicoterapia Holística,
Recomendação de Florais,
Apoio nos tratamentos de Transtornos Depressivos, Ansiedades, Pânico, Fobias, Disfunções Alimentares, Terapia de Casais.

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domingo, dezembro 26, 2010

MENSAGEM DE FIM DE ANO
O que é uma noite?
O que é uma celebração?
O que é um título dado e uma data?
Nada ou tudo. Depende da forma como olhamos.
Será nada se for apenas um dia, uma cerimônia, algo do qual nossa mente
está muito distante.
De nada valerá qualquer coisa se o coração não está presente.
Será tudo e será sempre, se o coração tomar parte.
Em todas as épocas, de diferentes formas, o homem construiu a cultura de
celebrar o amor, a fraternidade, a paz.
São reflexos do ideal que ele sabe precisar alcançar.
Se nossos corações ainda não conseguem alcançar viver o amor, a
fraternidade, a paz constantemente, torna-se necessário, para que nos
mantenhamos mental e emocionalmente sadios, que vivamos horas, dias,
enfim o tempo que for possível as doses destes sentimentos. É assim que
vamos traçando as espirais de nossa evolução e nelas vamos imprimindo
movimento constante e ascendente.
Tudo vale quando o coração está presente.
Vivamos todos os momentos com alegria, acreditemos no desejo humano e
sagrado de que um dia a humanidade terrena viverá em constante festa de
vida, em constante celebração do nascimento do bem e do amor. Então
viveremos em paz. Enquanto caminhamos para viver esses dias futuros,
suscitamos a alegria, a fraternidade, a paz, fazendo com que cada dia, cada
hora, nosso coração esteja presente e pleno de bons desejos. Participemos,
em paz e confiança, de todos os exercícios que visam renovar nos homens a
certeza do futuro que nos aguarda.
Isso é uma noite, uma celebração, uma data.
José Antônio (Espírito)
Psicografado por Ana Cristina Vargas em reunião da Sociedade de Estudos Espíritas Vida

domingo, dezembro 12, 2010

O PODER DA ORAÇÃO

E de repente
Um doente se curou
Alguém perdoou ou pediu perdão
Alguém abriu os braços, estendeu ao mãos.

E de repente
Uma mãe enlutada encontrou solução
Um órfão obteve adoção
E no asilo, houve vistas para o ancião.

E de repente
Um talento escondido aflorou
A divina singularidade se expressou
E a beleza se fez com majestade.

E de reprente
Um triste deparou-se coma alegria
Um faminto obteve pão
E o aflito encontrou a solução

E de repente
Reconheceu-se um inocente
E no cárcere um culpado converteu-se
E alhures, alguém superou um vício.

E de repente
Um trabalhador abençoou o ofício
Um desempregado achou colocação
Um lar reafirmou-se na união,

E de repente
Fez-se paz e luz ór toda a Terra
E qual gigantesca onda, tudo permeou
E o “Verbo” por toda parte resoou.

Foi um instante fugidio, clarão de um segundo
É que neste átimo de tempo abençoado
Alguém em alguma parte do mundo
Abriua alma para Deus com sinceridade
E OROU‼!
(Fátima Irene Pinto)


domingo, dezembro 05, 2010

A CURA DA DEPRESSÃO PELO MAGNETISMO
 
Por Jacob Melo

Nome exótico este aí! O que será que você imagina quem tenha tão estranho nome? Para mim, tudo começou quando, anos atrás, sofri uma violenta crise de depressão.
Se para mim foi uma experiência extremamente dolorosa e marcante, para muitas pessoas que comigo convivem foi por demais estranho, pois era difícil acreditar que um espírita de berço, magnetizador desde as primeiras horas e um trabalhador sempre em atividade pudesse ser atingido por uma doença como essa.
O mais grave, entretanto, foi quando percebi, no auge da crise, que os passes que recebia, à ocasião diariamente, não só não resolviam o problema como ainda geravam terríveis mal-estares.
Depois de passada a doença, parti para descobrir o que não havia funcionado, já que os passes, em tese, deveriam ter produzido muito efeito, sobretudo positivo.
Só depois de várias experiências, estudos e sérias pesquisas foi que cheguei à conclusão de que, via de regra, um paciente em depressão não tem como absorver magnetismo - fluidos, energias, bio-energia,shi,prana, como queiram chamar,diretamente, através dos seus centros vitais ou chacras. Normalmente, o depressivo tem graves bloqueios em seus centros energéticos, daí a doação de fluidos por intermédio deles geralmente causarem desconfortos, sensações indesejáveis e visíveis reações de piora no estado geral Todavia, paradoxalmente, esse paciente precisa muito de reposição energética. O mecanismo magnético que melhor se aplica pelo Magnetismo a esse caso é a absorção dos fluidos através da água fluidificada ou magnetizada. Os fluidos depositados na água, quando ingeridos, são assimilados diretamente pelas moléculas e pelas psi-moléculas que estão em desarmonia sem que isto represente agravamento nos centros vitais em descompensação.
A OUTRA VERIFICAÇÃO importantíssima foi que não são necessariamente os centros responsáveis pelas funções do cérebro (centro frontal) nem da parte mais sutil da mente (o coronário) os que estão como ponto mais evidente de descompensação energética. O centro esplênico, dirigindo, repercutindo e absorvendo as energéticas associadas ao baço, ao fígado e ao pâncreas - além de seus vínculos, que vão até os rins -, é o centro vital que padece todo o "peso" das desarmonias existentes no clima da depressão, por isso mesmo descarregando suas anomalias, em primeira instância, sobre os centros gástrico e genésico, daí surgindo o fato super comum dos depressivos sofrerem profundas alterações nos seus sentidos digestivo (perda ou exacerbação do apetite) e libidinoso (apatia sexual).
No agravamento do processo depressivo, o centro esplênico pede socorro ao centro cardíaco; como este é de freqüência mediana - enquanto o esplênico é de baixa freqüência -, ele logo se ressente dessa solicitação e, como não consegue atender às necessidades plenas daquele, se descompensa rapidamente. A partir desse ponto, toda a estrutura vital do paciente em depressão só se agrava.
Depois dessas evidências e dos muitos casos analisados, comparados e, sobretudo, tratados, posso hoje garantir que não basta boa vontade para se resolver tão grave questão. Como nos ensinou o mestre lionês Allan Kardec, é imperioso o estudo, o aprofundamento e a aplicação disso tudo com o magnetismo sendo bem executado.
Obviamente, um artigo como este não me permite explorar ou expor um tema tão rico e complexo em sua extensão e profundidade. Daí, escrevi um livro, recentemente lançado, que não só esclarece tudo isso como ainda detalha todos os passos das técnicas como vêm sendo usadas em várias casas e sempre apresentando resultados exuberantes.
Por fim, quero esclarecer que há ainda um tema que pede melhor abordagem e explicação, a fim de se fortalecer os que caíram nas garras dessa "dama do inexistir" bem como prevenir para que não cedamos aos deprimentes atrativos que ela expõe: é a esperança. A esperança que não se limita a esperar, mas a produzir e contribuir para que as coisas aconteçam. A esperança, um dos três mais importantes sentimentos destacados por Paulo aos Coríntios, pede uma melhor e mais ampla abordagem, a fim de que ela não esteja limitada a um "queira Deus", e sim que tenha a força de um "o que Deus quer que eu faça, o que será que Ele está esperando de mim, o que estará me dizendo com isso?" O livro que falo é "A Cura da Depressão Pelo Magnetismo".

domingo, novembro 21, 2010

REFLEXÃO

Em certa esquina por onde passava muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e ao lado colocava uma placa com os dizeres:
"Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado".
Alguns passantes o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até lhe davam dinheiro. Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior.
Numa bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse:
- Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar numa campanha da empresa?
- Vamos lá. Só tenho a ganhar, respondeu o mendigo.
Após um caprichado banho, e com roupas novas, foi levado para a empresa.
Daí para frente sua vida foi uma sequência de sucessos e, a certo tempo, ele tornou-se um dos sócios majoritários.
Numa entrevista coletiva à imprensa, esclareceu como conseguira sair da mendicância para  tão alta posição.
Contou ele: - Bem, houve época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia:
"Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados!
Mal consigo sobreviver!"
- As coisas iam de mal a pior quando, certa noite achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia:
"Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito. Por mais pobre que seja você, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero."
- Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa.
- A partir desse dia, tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje. Tive apenas que entender o Poder das
Palavras.
- O Universo sempre apoiará tudo o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade. Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o Universo as reforçará. Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças. Uma repórter, ironicamente, questionou:
- O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa  modificaram a sua vida?
Respondeu o homem, cheio de bom humor: - Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro eu tive que acreditar nelas!

Jornal Vórtice – junho/2009

segunda-feira, novembro 15, 2010

                                       DEPRESSÃO INFANTIL  
Quem já enfrentou uma crise de Depressão sabe que este é um desafio respeitável, algo como bater de frente com um maciço elefante de tristezas e frustrações. Agora feche os olhos por um instante e tente imaginar alguém com um décimo da sua bagagem de vida tendo que enfrentar o mesmo elefante... No mínimo, uma covardia; no máximo, uma carnificina. É exatamente este tipo de ameaça que a Depressão Infantil representa.
Estima-se que a Depressão Infantil afete uma em cada 20 crianças abaixo dos 10 anos de idade. O problema maior (e o grande risco) está no fato de muitas de suas manifestações serem absolutamente diferentes daquelas observadas em pessoas adultas. Já presenciei casos de crianças rotuladas como difíceis e mal-educadas, quando, na verdade, estavam sofrendo de crises depressivas severas. E ninguém parecia estar entendendo coisa alguma.
As crianças não possuem vocabulário suficiente para expressar seus sentimentos. Em geral, fazem isso melhor através de atitudes. E quem tem paciência hoje em dia para prestar atenção em atitudes que perturbam? Quem nunca criou um rótulo instantâneo e descartável para um filho ou sobrinho de comportamento irritante? Infelizmente, em alguns casos, a crise de pirraça ou aquela agitação toda eram manifestações de um quadro depressivo. E você comeu mosca.
Por exemplo, uma criança com menos de 6 anos de idade que se torna desinteressada, ansiosa, não quer ir para a escola, se queixa freqüentemente de cansaço, dor de cabeça ou dores na barriga associadas a medos irracionais, pode estar sofrendo de Depressão. A Depressão Infantil pode afetar o rendimento escolar, o desenvolvimento emocional normal e a estabilidade de toda a família, resultando em uma maior incidência de violência doméstica e abuso de drogas. Sem tratamento adequado, 40% das crianças afetadas apresentarão uma crise grave de Depressão nos 2 anos seguintes, metade delas tentará o suicídio e 7% terão êxito.
Ainda não se sabe exatamente a causa da Depressão Infantil. Fala-se muito em fatores genéticos, orgânicos e ambientais. Sinceramente, na imensa maioria dos casos que atendo, a criança está simplesmente refletindo a falta de atenção, carinho e estrutura familiar à sua volta.
Se você acordou para o problema e quer evitar que a Depressão ameace o pequeno tesouro que está sob sua responsabilidade, guarde estas Regras de Ouro em seu coração:
- Redobre sua atenção quando a criança estiver atravessando situações de risco: mudanças, separações dos pais, morte na família, chegada de um novo irmãozinho, etc.
- Se a criança apresentou uma mudança súbita de comportamento (agressividade, irritação, agitação ou desinteresse), alterações no apetite (tem dificuldade para ganhar peso) ou no padrão de sono (sofre de pesadelos e terrores noturnos), baixa auto-estima (vive dizendo "todo mundo me odeia") ou dificuldade de concentração (p.ex.: queda no rendimento escolar), leve-a para ser avaliada por um profissional de saúde capacitado. Quanto mais cedo a Depressão for diagnosticada, mais fácil e bem sucedido será o tratamento.
- Uma criança sadia, que cresce à sombra de uma orientação afetuosa e honesta, dificilmente desenvolverá um distúrbio depressivo. Por isso, demonstre sempre seu amor na mesma proporção em que cobra disciplina. Esse, talvez, seja o grande segredo de tudo.

Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura, 496 pág.) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza, 430 pág.). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.

domingo, outubro 31, 2010

                              Palestra Virtual
                      Tema: Vencendo a Depressão
                                          Palestrante: Bianca Cirilo

Considerações Iniciais do Palestrante

O tema de hoje é bem atual, tendo em vista as pressões sofridas pelo homem moderno e conseqüentemente a vivência de um vazio existencial. Vários fatores contribuem para uma Desistência de si mesmo, principalmente quando não se tem uma base religiosa ou algo que dê sentido a vida. A proposta da nossa conversa consiste em esclarecer alguns motivos que levam o homem, na atualidade, a sofrer o problema da depressão e, além disso, refletir sobre como vencê-la.

Perguntas/Respostas:

P - Até que ponto os espíritos ignorantes podem contribuir para piorar um processo depressivo?
R - Dependendo do grau de sintonia que o indivíduo esteja vivendo com esses espíritos, eles podem piorar o sentimento de inferioridade e a sensação de perda existencial. O problema se agrava na medida em que o indivíduo não conhece a si mesmo e não procura refletir sobre suas dificuldades e seus problemas emocionais.
P - Sendo a depressão uma doença dos tempos modernos, como dizem alguns psicólogos, como deve o espírita atuar perante tal fato?
R - Antes de tudo, o espírita tem o dever de se conhecer e estabelecer consigo mesmo uma relação sincera onde ele possa avaliar seus recursos internos, assim como suas quedas morais. A Doutrina Espírita reúne um corpo de conteúdos filosóficos, sociais e psicológicos que muito auxiliam na descoberta do ser consciente que todos nós somos em potencial.
P - Existem níveis ou formas diversas de depressão?
R - Sim. Existe um primeiro estágio onde o indivíduo experimenta uma espécie de apatia ou cansaço físico e mental. Num segundo estágio há um comprometimento em termos cognitivos. O que seria isso? O sujeito começa a acreditar-se fracassado, cultivando de forma contínua pensamentos de derrota e autopiedade. Num terceiro estágio esse estado de coisas pode levar até mesmo a autoflagelação até ao suicídio.
P - A ciência materialista tenta achar um "culpado" para a depressão nos genes, esquecendo da parte espiritual. Como andam estes estudos por parte dos cientistas espiritualistas, principalmente os espíritas?
R - Atualmente, Joanna de Ângelis (Divaldo Franco), assim como Hammed (Francisco do Espírito Santo), são os espíritos que mais se destacam no tocante ao esclarecimento espírita sobre o assunto. Ambos dedicam-se a esclarecer o problema da alma humana, a questão reencarnatória e a importância do auto-exame como elemento fundamental para que o espírito possa entrar em contato com o seu patrimônio espiritual e suas tendências emocionais.
P - Vemos aparecerem depressões nos jovens de hoje com muita freqüência. Sabemos que muitos fatores contribuem para isso. Será que a degradação em que a família se encontra a causa maior?
R - Não necessariamente. Sem dúvida a harmonização familiar é de suma importância para o equilíbrio dos membros.
Entretanto, cada espírito traz consigo uma série de experiências reencarnatória anteriores que respondem pela maior ou menor tendência a depressão. Joanna, por exemplo, nos esclarece que o problema da depressão está fortemente associado à dificuldade de aceitação da frustração e das novas exigências que a vida atual do espírito lhe impõe.  P P - Muitos espíritas se apressam em procurar causas espirituais para os estados depressivos. Essa conduta não é correta. Causas orgânicas devem sempre ser as primeiras investigadas... Só após tentar identificar a possibilidade espiritual. Qual a sua opinião?
R - Não podemos esquecer que o funcionamento do corpo físico depende da natureza do perispírito. Este, por sua vez, vem impregnado pelos desejos do espírito. Certamente, há correntes no campo científico que sustentam os motivos endógenos da depressão, assim como relacionam os mesmos com os fatores externos ambientais que cercam o indivíduo. Contudo, tais correntes desconsideram o problema do espírito enquanto ser imortal, e desta forma, nós espíritas, podemos pensar que o que se vive no corpo físico nada mais é do que o reflexo do ser pensante que nós somos.
P - É possível haver casos onde apareçam os sintomas psicológicos da depressão, mas não os sintomas espirituais ou físicos e vice-versa? Ou a depressão sempre afetará espírito, mente e corpo?
R - Devemos compreender que, espírito, mente e corpo funciona como uma unidade e é exatamente quando a gente separa estas categorias que a gente experimenta uma sensação de estranheza com relação a determinados sentimentos. Compreender estes aspectos separadamente seria fragmentar a realidade do ser espiritual. O que se vive no corpo, guarda estreita relação com o que a mente ou o espírito vem produzindo ao longo de sua trajetória.
P - Mas como explicar os efeitos benéficos da medicação antidepressiva? É inegável seu resultado. Você diria que é uma espécie de mascaramento das reais causas? Ou de que realmente existem casos espirituais e casos orgânicos?
R - Não poderia dizer que há uma espécie de mascaramento por que não sou médica. Não sei com profundidade até onde o medicamento atua. Entretanto posso dizer com segurança que a causa espiritual não é extirpada com o medicamento. Ela pode ser abrandada, pois os aspectos de ordem emocional necessitam serem trabalhados, o que não quer dizer que não se deva em alguns casos utilizar-se do medicamento.
P - Como diferenciar a melancolia da depressão e qual a melhor maneira de ajudar uma pessoa amiga que enfrenta dificuldades e rejeita ajuda, parecendo estar numa situação de só tentar se reerguer quando chegar ao fundo do poço?
R - A melancolia é um termo que encontramos, por exemplo, na psicanálise para expressar a questão do luto exagerado que vive uma pessoa, onde ela se identifica com o objeto perdido e, inconformada com esta perda, ela cai num processo depressivo.
Podemos dizer que houve uma mudança de nomes, mas ambas nomenclaturas referem-se a processos similares. Com relação a ajudar alguém que rejeita ajuda torna-se difícil obrigar esta pessoa a buscar recursos. A conversa franca sobre a situação demonstrando os prejuízos que aquele estado vem trazendo a vida relacional deste indivíduo é um bom caminho. Porém, não devemos esquecer que ajudar não significa assumir para si os problemas do outro. Devemos sim, mostrar a esta pessoa que estamos do seu lado, mas que é necessário que ela faça força para dar o primeiro passo.
P - A depressão é um novo nome para a melancolia (no contexto explicado no ESE)? Seria uma não-aceitação do seu estado atual... Uma saudade... Uma vontade enorme de voltar?
R - Também, mas não só isso. A natureza do espírito imortal é muito complexa. A saudade do plano espiritual é um dos motivos que pode levar o homem a sentir uma leve tristeza.
Entretanto, essa saudade não precisa ser patológica, como é o caso da depressão.
P - Depressão é uma doença do espírito?
R - Para Joanna de Ângelis, sim.
P - Ao Arrepender-se de um ato, é necessário pedir perdão?
R - O Arrependimento é o primeiro passo de tomada de consciência do ato. Ele significa que o indivíduo se vê
insatisfeito com os efeitos que o seu ato produziu.
Entretanto, não basta apenas arrepender-se. É necessário reparar os prejuízos causados pela atitude equivocada que todos nós estamos sujeitos. Daí, o ato de pedir perdão é o estágio mais maduro em que se encontra o espírito, pois no momento em que ele o realiza, ele consegue dobrar-se diante do próprio orgulho, e é tão somente neste instante que o espírito pode admitir para si que superou aquela dificuldade.


P - A mim parece que o estado depressivo começa com uma sensação de perda, como no caso da velhice, quando o idoso começa a sentir que está perdendo valores, etc., ou será que é uma “bomba" de retardo, que de repente detona?
R - Pode ser as duas coisas. A perda está sempre presente. Ela pode referir-se a uma perda real, concreta, como por exemplo, a morte de alguém, bem como se referir a um sentimento de perda que não é ainda consciente.
P - Quando se referiu à 'patologia' da saudade, quis referir-se a sua intensidade?
R - Sim.
P - Existe um ponto onde podemos definir se a depressão é um caso patológico ou influenciação espiritual?
R - O tratamento de socorro espiritual muito auxilia nesses casos, pois somente os espíritos têm controle do que de fato está acontecendo. Daí é necessário o concurso de medidas, tais como receituários, passes espíritas, etc. (
P - Como tratar a depressão de pessoas próximas e amadas?
Levando essas pessoas a profissionais, tais como psicólogos, psiquiatras, a fim de auxiliarem de forma adequada no encaminhamento das dificuldades. No que compete à família, é apoiar, estimular, encorajar, sem cair no equívoco de viver a vida do ser amado, acreditando que isso seja expressão de amor.
P - O tratamento na casa espírita pode ajudar?
R - Sem dúvida. Sempre.
P - Existem fatores físicos que podem gerar depressão?
R - Alguns médicos elucidam que há determinados neurotransmissores que atuam no sistema nervoso central e estão relacionados ao drama da depressão. Eu não arriscaria em dizer que eles são causa, mas sim efeitos de um patrimônio espiritual, refletido no corpo, que vem sendo alimentado pelo espírito.
P - Pode o tratamento da casa espírita substituir o tratamento de consultório?
R - Não. Cada um tem a uma especificidade e a sua competência. Eles podem e devem, em muitos casos, funcionar juntos.
P- Quais os motivos que levam à depressão? Os psicólogos, psiquiatras, etc., tratam de forma correta a depressão?
R - Inúmeros são os motivos que levam à depressão.
Depende da individualidade espiritual, bem como da relação que o indivíduo estabelece com o seu meio. Porém, alguns motivos parecem centrais, segundo Joanna de Ângelis, tais como busca incessante do prazer imediatista, a rotina, a falta de projeto, a dificuldade de ser contrariado, a autopiedade e a culpa.
Quanto aos psicólogos e psiquiatras, depende de quem é o psicólogo e de quem é o psiquiatra. Não podemos generalizar.
P - No movimento espírita volta e meia nos deparamos com pessoas depressivas, e comentemos o erro de tentar resolver o problema tentando trazer a pessoa para a nossa forma de pensar e agir. Há limites para nossa interferência?
Complementando, como devemos agir, quando nos deparamos com irmãos em depressão? O que dizer sugerir enfim, qual a melhor atitude a ser tomada, de modo a ajudar da forma mais efetiva possível?
R - Em primeiro lugar é ouvir, sem julgar, ou seja, nos disponibilizarmos internamente a deixar que o outro se
expresse da forma como ele deseja. O ato de ouvir, sem julgar, comumente gera em quem fala uma espécie de alívio, e isso já é bastante proveitoso. De acordo com a permissão que esta pessoa nos dê para atuar, devemos sim orientar de acordo com as nossas possibilidades, sem resvalar no equívoco de realizar diagnósticos dos quais não somos competentes e que, certamente, serão precipitados. O espírita precisa aprender a ouvir, sem se escandalizar e sem resumir aquela situação a seu acanhado ponto de vista.
P - As instituições espíritas (no caso os trabalhadores da casa) estão preparadas para lidar com pessoas que chegam com depressão? Existem cursos pra isso? Como é feito o
estudo desses casos?
R - Não posso generalizar a questão do preparo das instituições espíritas. Posso responder de acordo com o círculo acanhado de colaboradores do qual eu faço parte. Dentro da minha limitada percepção, observo ainda certo despreparo para lidar com esta questão na casa espírita. Até porque a nossa tendência é banalizar a depressão como sendo qualquer tristeza.
Aqui na nossa casa, graças a Deus, temos um curso que se chama "Autocura", cuja proposta me parece bastante eficaz como estímulo à superação da depressão. Porém, é preciso sempre que o sujeito que sofre faça a sua parte. O restante lhe vem como acréscimo.
P - Há relação entre depressão e obsessão?
R - Já havia mencionado, anteriormente, algo parecido.
Vou procurar resumir. O estado depressivo é um grande convite à obsessão. Porém, em alguns casos, não podemos esquecer que o sujeito deprimido pode estar sofrendo de auto-obsessão.
P - Quando se tem um motivo para depressão e não depende da gente para resolver, a coisa não sai do pensamento, faço orações e mesmo assim a depressão insiste como se faz?
R - Em primeiro lugar, devemos aprender a separar o que podemos mudar daquilo que não podemos mudar. Contudo, quando falamos que o motivo não depende da gente, a gente deve entender que o campo de resolução é sempre interno, ou seja, o problema não está na situação, está na forma como a gente permite que a situação tome conta de nós. Joanna nos diz que não devemos nos desgastar emocionalmente em tentar mudar fatos ou pessoas, mas podemos sim não permitir que a ressonância desses fatos dentro de nós seja tão desastrosa. Para isso, certamente, precisaremos ter a humildade de pedir ajuda, de se abrir e estabelecer conosco uma relação franca, honesta, através do autoconhecimento.

Fonte Espiritismo.net
Palestra promovida pelo IRC-Espiritismo - Rio de Janeiro

quinta-feira, outubro 21, 2010

Álcool, obsessão e depressão  
José Geraldo Rabelo
25 de Maio de 2010 |

Atualmente, uma das doenças sociais mais alarmantes é o alcoolismo. Ninguém pode negar que a cada dia a juventude começa a beber cada vez mais precoce. Iniciando nas pequenas reuniões sociais e se alastrando para quase todas as reuniões para em seguida frequentar restaurantes, bares e botequins Muitas pesquisas já foram efetuadas em torno do que poderíamos chamar de parte genética ou orgânica, de onde denominaríamos de hereditariedade que possa justificar o processo da doença do alcoolismo, mas nada fora detectado antes que o indivíduo já esteja comprometido com a doença, ou seja, inicialmente não existe nenhum fator que possa ser identificado em exames de laboratórios.
Durante o desenvolvimento deste artigo, buscarei levar ao leitor o que realmente acontece na tríade: alcoolismo-obsessão-depressão.
O alcoolismo é grave problema de natureza médica, psicológica e psiquiátrica que merece assistência urgente, como também se apresenta como terrível dano social, em face dos prejuízos orgânicos, emocionais e mentais que operam no indivíduo e no grupo social ao qual pertence.
Existem vários tipos de bebedores, uns se embriagam somente em ocasiões especiais, outros bebem todos os dias sem se embriagarem e existem aqueles que bebem diariamente para ficarem embriagados, dentre outros tipos menos específicos. Os danos que decorrem desse hábito infeliz são incalculáveis para o indivíduo e para a sociedade, assim como os prejuízos de várias ordens, inclusive econômicos, para as organizações governamentais de saúde. A embriaguez é de duração breve no seu aspecto clínico. No entanto, pode evoluir, passando por três fases: excitação, depressão e coma. Na primeira, surge a euforia, como mecanismo de libertação de conflitos emocionais reprimidos durante a abstinência. É de duração breve, relativamente entre uma hora e meia e duas horas. A depressão ocorre a seguir ou pode surgir de maneira inesperada, de chofre. O dependente entrega-se ao desmazelo, ao abandono, movimenta-se trôpego, trêmulo, numa espécie de ataxia física e mental. Oscila entre a tristeza e a alegria, apresenta sudorese abundante, náuseas, vômitos, mal-estar físico e mental. Os sentidos físicos ficam afetados, os estados oníricos tornam-se tormentosos, as alucinações fazem-se frequentes.
Lentamente o paciente começa a sofrer perturbações intelectuais e de memória, embotamento dos sentidos e distúrbios de conduta. Além desses desequilíbrios, a face apresenta-se pálida e de expressão cansada, língua saburrosa, hepatomegalia, febre, facilidade para permitir-se infecções, como gripe, erisipela, pneumonia.
Sabemos que o alcoolismo é uma doença progressiva. Muitos que se iniciam no álcool o fazem para sair da timidez, para ficar mais desinibidos e fazer parte de sua “tribo”. Não podemos negar que, quando ingerimos algum tipo de bebida alcoólica, nos sentimos “leves”, descontraídos e “falantes”, mas somente o tempo vai nos provar que tudo não passa de ilusão, pois logo podemos estar sob o domínio daquele que ontem parecia “remédio”.
O álcool é uma substância que também impede a produção de serotonina – hormônio que controla o humor – no cérebro. Primeiro vem à sensação de euforia para logo em seguida vir os processos de depressão. Não se pode negar que existe uma herança ancestral para o alcoólico. Descendente de um viciado, ele apresenta tendência a seguir o hábito doentio. Igualmente há outros fatores orgânicos, como lesões nervosas, encefalopatias, traumatismos cranianos. Do ponto de vista psicológico, podemos ser assinalados como causas, os conflitos de qualquer natureza, especialmente sexuais, empurrando para o vício destruidor. A timidez, a instabilidade  de sentimentos, o ciúme, o complexo de inferioridade, os transtornos  masoquistas propelem para a ingestão de substâncias alcoólicas como fugas das situações embaraçosas. Algumas vezes, o álcool serve para apagar lembranças ou situações desagradáveis ou de encorajamento no enfrentamento de desafios que julga não estar apto a resolver. O dependente alcoólico é portador de compromissos espirituais transatos muito grandes, à semelhança de outros enfermos. No caso específico, há um histórico anterior, em experiência passada, quando se entregou às dissipações, especialmente de natureza etílica, assumindo graves compromissos perturbadores com outros Espíritos, que lhe padeceram as injunções penosas e que o não perdoaram. Reencontrando-o, estimulam-no à antiga debilidade moral, a fim de o consumirem na alucinação, ao tempo em que também participam das suas libações, dando prosseguimento aos desaires que a ausência do corpo já não lhes permite. À semelhança de outros vícios, estabelece-se um conúbio vampirizador por parte do desencarnado, que se torna hóspede dos equipamentos nervosos, via perispírito, terminando por conduzir o paciente ao delirium tremens, como resultado de insuficiência suprarrenálica, quando o organismo exaurido tomba sob situações de hipoglicemia e hiponatremia.
Noutras vezes, prosseguem na desforra, em razão do sentimento ambíguo de amor e ódio, no qual satisfazem-se com a inspiração dos vapores etílicos que o organismo do enfermo lhes proporciona e do ressentimento que conservam embutidos no desejo da vingança.
Finalmente, entorpecem-se, embriagam-se, pela absorção da substância danosa que o perispírito assimila, enlouquecendo, além do estado infeliz e depressivo em que se encontram. Nessa situação, tomam da escassa lucidez do hospedeiro psíquico e emocional, ampliando-lhe o quadro alucinatório e levando-o à prática de atos abjetos e mesmo de crimes hediondos. A questão é tão grave e delicada que nem sequer a desencarnação do obsediado faz cessar o processo que, não raro, prossegue sob outros aspectos no Mundo Espiritual. Assim, não é inverdade que, dificilmente, encontraremos um alcoolista que não esteja acompanhado de um irmão desencarnado – obsessão, sofrendo os processos depressivos em detrimento da infelicidade causada pela culpa e deficiências hormonais – causadas pela agressão do álcool nos neurônios que provocam interrupções ou acelerações das sinapses que regulam e estimulam todos os sistemas do corpo humano que buscam harmonia e não encontram - necessária ao equilíbrio do ser para enfrentamento dos desafios necessários à sua evolução enquanto aprisionados na matéria. O corpo humano é um universo que busca a harmonia de todos os órgãos e sistemas, portanto, ao danificarmos um órgão ou agredirmos um sistema, colocamos todo universo interno e externo em desarmonia.

(José Geraldo Rabelo é psicoterapeuta, psicólogo, filósofo e escritor)
rabelojosegeraldo@yahoo.com.br  rabelosterapeuta@hotmail.com

domingo, outubro 17, 2010

NOSTALGIA E DEPRESSÃO
Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.
O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.
Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.
A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.
Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando, porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.
A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.
Esse deperecimento emocional fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.
A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em     Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se  esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.
Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz  respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.
Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento     desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica.
No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.
À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade. Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.
Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia,  ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais  ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.
O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de     exteriorização.
Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos,  ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.
Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando     campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.
É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse     modo superando o estado depressivo.
Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se  transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.
Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma     explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da     couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e a ocorrência desagradável permanecerá ilhada no transtorno depressivo.
Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.
Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de     determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...
Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.
Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.
Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o     processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico,
direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.
 
Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.
O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o     ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque o liberta da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e     proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.
Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para     tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais complexidades e dificuldades de recuperação.
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno     do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.

(trecho extraído do livro “AMOR IMBATÍVEL AMOR")