COISAS(S)
IMPOSTANTES(S) PARA FAZER.
Pirineus de Sousa
"Quando a Depressão Ataca."
Em
meio a tantas “autos” (estima, piedade, confiança, etc.) percorridas em minhas
colocações, falei muito, também, sobre as energias negativas e positivas que os
seres, as coisas todas possuem. Exemplifiquei, inclusive, com o nosso planeta
terra.
Mas
não poderia deixar de tecer considerações sobre o posicionamento que devemos
tomar, diante de tantas situações com que nos deparamos. Ele serve para todos
os momentos em que estejamos envolvidos, assim como é dito no ato do casamento:
na alegria e na tristeza.
Talvez
o termo correto seria priorizar, mas praticando-a estará na verdade,
positivando-se. Devemos ter em mente o seguinte: TENHO COISA(S) MAIS
IMPORTANTE(S) PARA FAZER. Em todas as situações cabe esse lembrete. Da mais
complexa, a mais simples. Por exemplo: sua compulsão para comprar coisas
supérfluas. Pode ser que ela tenha ficado reprimida por algum tempo, por algum motivo.
Pensando em alguma coisa mais importante para fazer, pode ser que você deixe de
efetuar a compra e poderá estar economizando
para alguma eventualidade futura. Você não estará sendo sovina para com você
mesmo e sim dando valor àaquisição pretendida. Como já dissemos, o
desequilíbrio do humor, às vezes mostra o nosso lado compulsivo, - talvez uma compensação
por muitas coisas que deixamos ou estamos deixando de fazer.
Mas
não fico só por aqui. Pode ter acontecido da pessoa amada tê-lo abandonado. Não
suportou alguém tão triste quanto você e com tamanha carga de problemas, que
correm em paralelo. O seu amor demonstrou não ser grande o suficiente para
mantê-lo aceso. Quando escolhemos ou somos o escolhido para um relacionamento,
deveríamos ter juízo ou discernimento suficiente, para: primeiro, ter a certeza
de que aquela é realmente a pessoa a ser amada, mas concomitantemente, em segundo
lugar, ter a certeza de que se trata da pessoa certa.
Como
não somos de dosar (acho que nem conseguimos) os nossos sentimentos, logo
estaremos envolvidos em um caso para o qual deixamos as ponderações de lado, e
mergulhamos de cabeça, por inteiro. Você, já triste e com mais essa, as coisas
só tendem a piorar. É a hora de recorrer a sua balança imaginária.
Em
um dos seus pratos, vá colocando as qualidades do ente amado. No outro, coloque
o que você julga serem os defeitos. No auge da saudade, você ainda tenderá a
valorizar por demais o primeiro prato, mas o tempo se encarregará de
mostrar-lhe por inteiro, que talvez tenha sido melhor assim.
Não
cabe a mim questionar se você tende mais para a fidelidade ou para a
infidelidade. Para os últimos, por certo um abandono a mais não se constituirá
no fim do mundo. Podem optar por relacionamentos alternativos, o que não quer
dizer que o feitiço não possa voltar contra o feiticeiro.
Particularmente,
tenho admiração e ao mesmo tempo, dó para com as pessoas sonhadoras, que
acreditam ser o amor eterno. É como disse Vinícius de Moraes: bom enquanto
dura.Enfatizamos o lado romântico, pelo fato de você poder estar se sentindo só
e passar a se envolver mais facilmente com pessoas em estados emocionais mais
equilibrados e quiçá, mais frias. Na separação, você irá sofrer com certeza e a
outra parte sentirá, talvez, menos. Nesse ponto, não ponha a sensação de
abandono em primeiro plano de sua vida. Lembre-se que você tem coisa mais
importante para fazer. Cuidar melhor de você, se amar em primeiro lugar. Estar
pronto para novos relacionamentos. Afinal, a vida continua e o amor é lindo!
Assim
já dizia o poeta. Para estar sempre pronto, compare-se a um artigo de primeira,
exposto em uma vitrine; seja ou procure ser alguém cobiçável.(dentro dos
limites) Seja o contrário do que possa acontecer com um maracujá trancado em
uma gaveta. Se a sua desilusão
for tamanha a ponto de que nada disso seja possível, passe a analisar as
pendências que exijam a sua pronta ação para resolvê-las. Todos somos
assoberbados de compromissos. Se nos considerarmos uma pessoa simples, é porque
estamos pulando
por cima de problemas. Quem não os tem? Todo ser humano é complexo por
natureza, incluindo aqui os devidamente considerados equilibrados.
Dessa
análise, proponha-se metas a atingir. Faça uma escala e vá executando-as. Você
há de sentir que a vida é uma moto-contínua de situações a serem resolvidas e o
que seria dela, senão fossem esses problemas? Diria, vazia, insípida, sem sentido. Assim,
aplique o TENHO
COISA(S) MAIS IMPORTANTE(S) PARA
FAZER, para PENSAR, para SONHAR, nas mais diversas oportunidades. Minimize as possibilidades
de sofrer, colocando sempre alguma razão mais plausível do que essa do momento,
que pode estar tornando-o mais triste.
Nas
diversas formas abordadas, falamos também das amizades. Existem mais falsos
amigos do que verdadeiros. Use a sua balança. Cativar e manter os verdadeiros
não é apenas lógico, mas uma necessidade. Aos demais, aplique o lembrete – Tenho
coisa(s) mais importante(s) para fazer.
Nosso
dia-a-dia, por mais retraídos, por mais enclausurados que estejamos, sempre há
algo a fazer, inclusive pensar, - tanto no céus, quanto com os pés na terra.
Através desse ato, mesmo que seu raciocínio esteja em desarmonia, pense em como
seria diferente
se estivesse fazendo alguma coisa que lhe desse prazer.
Você
deve, acima de tudo, conscientizar-se que a coisa mais importante que tem a
fazer, é ser feliz. Você deve ser a sua prioridade, a qualquer preço, mas
respeitando os espaços alheios e dentro das suas possibilidades.
Ao
mesmo tempo que levanto a bandeira da auto-estima a qualquer custo, proponho
barreiras. É a questão de não nos tornarmos egocêntricos, ao ponto de
desestabilizar o ambiente onde vivemos.
Analise
comigo. A sua volta, quantas pessoas convivem? Olhando somente para seu umbigo,
não poderá estar descuidando dos filhos, do cônjuge, de outros laços afetivos?
A minha proposta é de uma felicidade compartilhada e não isolada.
Nas
suas prioridades e metas, leve em conta tudo e a todos, o TENHO COISA(S) MAIS
IMPORTANTE(S) PARA FAZER exige a utilização do nosso poder de discernimento, na
tomada de atitudes sensatas que nos torne harmônicos com o nosso meio ambiente.
Como
nem tudo se constitui de sentimentos, temos que atentar para o lado financeiro
da nossa situação. Ser rico, necessariamente não é ser feliz, mas o lado
material deve ser visto pelo depressivo como algo significativo. Pode até ser
ele o motivo da sua depressão. O tratamento é o mesmo, priorizando,resolvendo e
acima de tudo, procurando todas as formas de estabilizar essa situação. Quantos
diante de um quadro financeiro caótico, procuraram fugir da realidade,
atentando contra a própria vida? Esse tipo de comportamento tira de circulação
pessoas que ainda poderiam, se superada essa fase difícil, ser úteis para a
sociedade, sem contar manter estável todo um círculo familiar e de amigos.
Não
prego o capitalismo canibal, mas o dinheiro está aí para ser ganho, perdido e
há inclusive aqueles que o roubam. Temos apenas que entender que as
possibilidades foram feitas e existem para todos. Cabe a cada um de nós
viabilizar a forma de nos mantermos condignamente. Entre tê-lo ou não, muito ou
pouco, vai depender da nossa administração e, mais uma vez, cabe a determinação
de entre as coisas importantes a fazer, é melhor nos provermos dele para uma
existência mais segura, confortável e mais propensa à felicidade.
Até
aqui, nada lhe tocou, a carapuça não serviu em momento algum. Nada de amores
mal-resolvidos, nada de problemas financeiros, "sou complexo por natureza
e disso eu jásabia". "Prefiro alienar-me, ficar olhando para o teto e
vendo o tempo passar, o resto é que se dane". Nessa sua clausura, mesmo mentalmente
confuso, há de sobrar momentos para a inserção do lembrete: TENHO COISA MAIS
IMPORTANTE PARA FAZER. Inicialmente você mentalizará essas palavras no singular,
mas a medida em que for possível nelas se aprofundar, verá que elas devem ser
escritas no plural e, quem sabe, agora a carapuça tome o formato da sua cabeça.
Essa conscientização do meio que o cerca é uma tomada de consciência e sinal
que por fim você está visualizando o mundo como sabemos sê-lo: fervilhante e
complicado. Cabe a você decodificar o seu, para partir para a luta, não
entregar os pontos, não ficar parado ante o primeiro obstáculo que aparecer. Sempre existirão
coisas importantes para
fazer, independentemente de você querer ou não. Ignorar esse fato só poderá
complicar, portanto, é melhor aceitá-lo e tocar a bola prá frente, de
preferência com um chute certeiro.
Adotando
esse lembrete como meta, aplique-o a todos os seus problemas, sejam eles:
pânicos, medos, baixa-estima, inseguranças e mesmo na autopiedade. Você verá
que ele é válido, porque tornando-se sua própria prioridade, dentro das premissas
já colocadas, você estará se tornando menos triste e mais propenso a enfrentar
os fatores motrizes da sua vida.