Criança tem depressão, e a incidência está aumentando a cada dia!
Uma criança desatenta na escola, apática ou mesma hiper-ativa, merece ser observada.
O maior problema é que os sintomas da depressão se confundem facilmente com os comportamentos típicos nesta fase da vida.
O sintoma que deve chamar a atenção para a suspeita de depressão infantil é a mudança de atitude da criança.
Atividades lhe davam prazer, passar a ser tratadas com desinteresse. Há alterações no apetite, retraimento social, irritabilidade, agressividade,...
Nas crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma verbalização que demonstre seu real estado emocional, a depressão pode se manifestar através da hiper-atividade.
Além das dificuldades da doença, o seu tratamento esbarra num problema bastante comum: o preconceito. Muitos pais relutam em aceitar o fato de que o filho precisa ser encaminhado a um psiquiatra. Além de não admitir que o filho possa estar com depressão, levá-lo a um psiquiatra, ou um psicoterapeuta, seria taxá-lo como doente mental. É fundamental que os pais aceitem este diagnóstico, pois o tratamento é uma forma de prevenir quadros piores. Nos últimos anos, a incidência de suicídios entre adolescentes praticamente triplicou. A maioria deles devido à depressão não tratada.
Uma das principais causas, que podem contribuir, para o aumento desta doença entre crianças e adolescentes, é a liberdade sem limites dados numa fase em que ainda eles não possuem estrutura para organizar o que é bom ou não para si. A liberdade desassistida pode levar, também, a depressão.
Outro ponto que os pais têm que avaliar, é o de atribuir às crianças responsabilidades de adulto, com sobrecarga de atividades extracurriculares, com uma agenda de fazer inveja a qualquer executivo. Criança também precisa de tempo para o lazer e as brincadeiras.
Abaixo, estão relacionados alguns sinais e sintomas sugestivos de depressão infantil. Se a criança tiver um número suficientemente importante dos itens, fique atento e procure ajuda especializada.
(neuropsiquiatria, psicoterapeuta,...):
(1) Queda no rendimento escolar;
(2) Recusa em ir à escola;
(3) Falta de concentração;
(4) Condutas anti-sociais e destrutivas;
(5) Ansiedade, irritabilidade, agressividade;
(6) Negativismo, pessimismo;
(7) Sentimento de rejeição;
(8) Falta de interesse por atividade que lhe dava prazer;
(9) Perda ou aumento de peso;
(10) Mudanças de humor significativas;
(11) Queixas somáticas (cefaléias, gastrite, diarréias,…)
(12) Distúrbios do sono (insônia ou dormir demais).
Entretanto, é muito importante determinar se esses sintomas estão, de fato, relacionados com um quadro depressivo, ou se são parte de alterações emocionais da própria idade. Somente um médico poderá fazer o diagnóstico com precisão!
A revista “Pais & Teens”, editada pelo IPA (Instituto Paulista da Adolescência) – maio/junho/julho de 1998, relatou uma experiência bastante interessante, num trabalho de recuperação de crianças depressivas:
“No inicio de 1998, a psiquiatra Eliana Curatolo, coordenou uma pesquisa que envolveu 579 crianças de 7 a 12 anos, alunos da 1ª à 4ª séries de duas escolas de Mairiporã (SP) e Franco da Rocha (SP). Um questionário aplicado aos alunos revelou que 122 deles (21%) sofriam de sintomas depressivos. Muitos destes alunos eram indisciplinados, tinham baixo rendimento e eram punidos ou colocados em classes especiais. Segundo a psiquiatra, pais, professores e as próprias crianças não entendiam as razões do seu comportamento e não sabiam que se tratava de depressão. Tratadas, as crianças melhoraram de comportamento e de rendimento intelectual. O interessante é que todas as crianças deprimidas, tratadas por Eliana com terapia em grupo, melhoraram sem nenhuma medicação.
O psiquiatra Haim Grunspum também acredita que a psicoterapia seja mais eficaz na depressão do adolescente e infantil do que a medicação antidepressiva. “Podemos tentar ajudar com a medicação, mas não é o que mais funciona. A psicoterapia é imprescindível -. “Se não fizer a terapia, não vai resolver a depressão”, diz Grunspum.”
II – Exercite-se para sair da depressão
A nota abaixo foi extraída da revista “Tudo” (Ed Abril) de 10/08/2001:
“Os exercícios físicos são um santo remédio também para a mente.
Pesquisadores da Universidade de Berlim, na Alemanha, comprovaram que cerca de meia hora de atividade física por dia já é suficiente para melhorar os sintomas da depressão.
Durante dez dias, médicos alemães submeteram pacientes deprimidos a sessões diárias de meia hora de caminhada na esteira.
A melhora foi significativa e alguns doentes dispensaram até o uso de antidepressivos.
“Os exercícios liberam hormônios no cérebro, que aumentam a sensação de bem-estar e melhoram o humor.”