Técnicas de Psicoterapia Holística,
Recomendação de Florais,
Apoio nos tratamentos de Transtornos Depressivos, Ansiedades, Pânico, Fobias, Disfunções Alimentares, Terapia de Casais.

CRTH-BR 0899 ABRATH
ATENDIMENTOS (AGENDAR)
(27) 3349-7262 /=/ 99292-2237

sábado, outubro 20, 2012

Para Manter seus Círculos Afetivos

 (Quando a Depressão Ataca - Pirineus de Souza)

 Avalie como andam seus relacionamentos, seja em casa, na sociedade, no seu trabalho (lembre-se que por oito horas úteis/diárias, você convive com esses colegas). Alguma coisa mudou? Até que ponto você aquilata a sua tristeza? Se sente só, abandonado? O que fez para que as pessoas se afastassem de você? O seu humor despenca das nuvens para o chão e vice-versa? Na troca de apenas algumas palavras já sente necessidade de agredir o seu interlocutor? Ou já não existe diálogo? Seu mundo está mudo? Pare e pense: o que você tem feito para manter os seus relacionamentos? Nada? Você está amargo e a vida não tem sentido.  O que os outros
vão querer com a sua amizade, o seu amor, sonhos? Como compartilhar o que você não tem para dividir? Encheria páginas e páginas de perguntas para as quais você só teria uma resposta – não tenho feito nada para cultivar o meu lado afetivo. Quando muito, poderá responder: tenho tentado, mas me falta ânimo, autocontrole. Assim você vai ficando cada vez mais só. Os círculos dos quais estou falando são como plantas. Se você não regar, morrem. E não serão fáceis de serem reconstituídos. Afinal, você está lidando com o que há de mais caro na sua existência, depois da própria sua vida. Seus bens materiais, você não levará quando morrer. Preste atenção que caixão não tem gaveta. Mas, os sentimentos, esses, mesmo depois da sua partida, ou de outrem continuarão, na saudade, nas lembranças.
O pior que poderá ocorrer será você ter que tentar reconstituí-los, depois que a sua alegria de viver voltar. O casamento se desfez em casquinhas. Você já não tem o carinho da pessoa amada. Seus filhos não se fazem presentes; seus amigos se afastaram. Guardaram de você a imagem de uma pessoa amarga, presa em sua própria essência. E para reconquistar esses entes queridos, você vai ter que lutar e poucos entenderem suas grosserias, seus atos impensados.
Não vejo outra saída para evitar suas bruscas mudanças, que não o auxílio terapêutico. Com as suas orientações e remédios moderadores ou equilibradores de comportamento, muito mal-estar poderá ser evitado. 
Amizades, amor, novos círculos de relacionamentos, não são fáceis de constituírem. Exigem uma infra-estrutura para trocas e não podem surgir do nada.
Entenda que palavras podem machucar mais que uma agressão física. Cicatrizes poderão ficar gravadas, por mais que você tente amenizar o quadro. E nada mais poderá ser como antes.
Na recuperação da sua vida, as pessoas hão de ser muito importantes. Você poderá sentir como seria mais fácil se pudesse contar com a ajuda de fulano ou de sicrano. No entanto, por um tempo você se alienou e os demais podem ter interpretado como pouco caso da sua parte. E como explicar o inexplicável? Como recompor essas amizades, seu amor? O perdão é pregado principalmente da boca para fora. Assim quem estará disposto a lhe perdoar? Durante esse tempo, você se conscientizou dentro de seu quadro de autopiedade, que se você quisesse alguma coisa, teria que se safar pelos seus próprios meios. Se mandasse ou pedisse, poderia não surtir resultado.
Mas você esqueceu-se de analisar que a vida dos demais viventes também estava em andamento e eles não podiam parar para esperá-lo. Você se magoou, e acha-se abandonado por isso.
A sua tendência é a de generalizar que todos se voltaram contra você, e aí se pergunte, há quanto tempo já não procura mais aquele velho amigo de longas datas? Pode ser que o tenha visto ou se comunicado com ele antes que a depressão o acometesse. Talvez um simples telefonema possa restabelecer a situação. É bom constatar antes de generalizar. Se por uma causalidade encontrar um amigo, poderá aquilatar que o sentido de rejeição é só da sua parte. Os que o rodeiam e que o acompanham de certo são os mais prováveis de sentir ressentimentos com relação a sua pessoa. Mas no seu balanço afetivo, depois que tudo estiver de volta ao normal, você até agradecerá por ter se afastado de alguns. Foi preciso acontecer o inevitável para que você as visse por inteiro. Para aquelas a quem o convívio lhe faça falta, recorde que perdão foi feito para pedir e para dar. Vença essa barreira. Os círculos provavelmente irão retornando e certamente algumas baixas haverão de acontecer, umas mais, outras menos sentidas. As mais representarão mais que uma perda financeira, ou um bem material. Daí insistirmos na preservação ou tentativa de manutenção dos relacionamentos de uma forma equilibrada para que você não se arrependa depois.
No capítulo “Os iguais se atraem”, abordei o assunto, mas não é demais repeti-lo. Figurativamente falando, em seu vale de lágrimas, de uma forma ou de outra, você tende a se aproximar de outros depressivos. Na sua situação, já tem problemas de sobra, ainda tem que escutar e muitas vezes tentar resolver os alheios. Antes você era um elo achado nos momentos de aflição dos seus amigos, dos seus familiares. Agora, mesmo no estado em que você se encontra essas pessoas nos momentos de desespero, não recordarão disso e continuarão a procurá-lo. Isso não o poupará de eventuais pedidos de ajuda e mesmo de ação.
Pondere e se ame antes de tomar qualquer iniciativa. Seja egoísta. Se a sensibilidade dos outros não é suficiente para entender o seu estado de espírito, eles não perderão a oportunidade de continuar a se apoiar nos seus já frágeis ombros, antes tão fortes. Não procure dar o que não tem, seu ânimo está enfraquecido. Explique-se de forma tal a não afastar-se daqueles que sempre confiaram na sua pronta ajuda. Seja diplomaticamente correto. O egoísmo sugerido é no sentido de se preservar, de não sofrer mais do que está sofrendo. É poupar-se de emoções passíveis de serem evitadas, nesse momento em que a busca do seu equilíbrio é tão necessária. 
O altruísmo nessa altura do campeonato não deve ser a peça chave em seu contexto. Somos o que "piscamos" para aqueles que nos cercam e para muitos, somos como faróis, sendo que de momento você não está em condições de iluminar caminhos. Muito pelo contrário, está à procura nem que seja de um raio de luz para si mesmo.
A natureza nos mostra que as árvores têm raízes que servem como que pára-raios para escoarem as descargas elétricas. Faça e recomende encostar a uma, que mal não lhe fará, pois as cargas negativas se escoarão através desse contato.